quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Vida real ou surreal?

“Madame” por uma noite

Realmente muito instigante o pensamento de que "pouco é muito". Já que Luma me permitiu fazer colaborações ao Duo Amoral, então, resolvi contar uma passagem muito gostosa neste mesmo sentido. Para resumir a introdução e ir direto ao ponto mais interessante da história, vou só contar um episódio desagradável a qualquer mulher. Era verão e estava eu empolgadíssima para encontrar um tecido estampado e fazer um lindo vestido. O que eu queria exatamente? Algo muito curto, porém, mais comportado em cima, mas que não fosse justo ao corpo, apenas contornasse a cintura e ficasse esvoaçante para baixo. Bom, para conseguir esse efeito, toda mulher sabe que precisaria de um tecido molinho, tipo malha bali, mas eis que uma simpática vendedora de loja ofereceu-me lycra, sim, malha para fazer qualquer coisa, como biquíni, menos para conseguir o efeito fantasiado no vestido dos meus sonhos. Resultado: consegui no máximo uma saída de banho para a praia, pois o resultado do vestido pronto ficou até engraçado. Sabe o que a minha mãe disse quando me viu provar? “Minha filha, parece uma puta daquelas da avenida!” hahahahah ...Bom, na hora da frustração por ter pago por algo que não era o que eu queria e ainda ficar sem o meu super vestido nem imaginei o quanto aquela vestimenta “a la mulher da vida" viria a ter utilidade no meu guarda-roupa feminino.
Pois bem, agora, vou pra parte boa da história. Mas antes, é importante informar algo: ao contrário de Luma e Pretty Woman eu não tenho um parceiro fixo: namorado, noivo, esposo ou amante, porém, como todas as pessoas saudáveis neste mundo, tenho sempre alguém legal para compartilhar a alegria de viver. Existe no meu curriculun amoroso uma pessoa especial há uns 11 anos. Nossa! Tamanha nossa intimidade, cumplicidade que, às vezes, quebram-se todos os protocolos de um encontro. Via msn depois de algum papo sobre futilidade:
Ele: E ai, ta afim?
Eu: Nossa, desse jeito parece que sou puta da avenida, você parou de carro, abriu o vidro e perguntou: “tá afim?”
Ele: Me desculpe, você sabe que não quis dizer isso...
Hehehehe, lido, assim, secamente, parece cruel, mas na hora não foi, não. Vocês não podem mensurar o efeito daquela imagem na minha libido. Topei o convite, é claro. E pedi meia hora para me arrumar. Fui à busca no meu guarda-roupa de algo a caráter, um look que entrasse no clima da conversa. Eis que me saltou aos olhos! Ele, meu renegado vestidinho de lycra, todo colado ao corpo e curtíssimo, muito sensual. Para completar o visual, apenas uma bota. Ah! Detalhe: a roupa era em tom de roxo e a bota da mesma cor. Por baixo? Nada, só minha pele. Por cima? Um casaco de couro, pois estava frio e também para esconder o presente e fazer surpresa!
Todos aqueles minutos de preparação foram suficientes para já ir esquentando o meu clima. Já no carro, uma amostra do que havia sido preparado: alguém precisava saber também ir se preparando para o que estava por vir. Uma mão boba sentiu a ausência da lingerie. Brincadeirinha que deu certo! Na subida pelas escadas, mais segredos se revelando. Pronto! O clima perfeito, de amor sem pudores, estava preparado, só faltavam as “quatro paredes”, para eu encarnar aquele papel que um dia minha mãe me ensinou: “Minha filha, a lição é assim – uma mulher deve ser uma santa na cozinha e uma puta na cama” (santa mãezinha).
Dentro do quarto, lindo, totalmente adequado ao momento (tudo bem, eu confesso, era um motel e eles são feitos pra isso mesmo, mas esse era especial mesmo), o restante das surpresas foram se descortinando. Não sei se cabem, aqui, os detalhes, por isso, vou me ater às reações... Quando o casaco preto, que escondia o “prato principal”, caiu ao chão!!! O tempo para deliciar o sabor “daquela expressão” no olhar do meu homem realmente foi muito subjetivo, como disse Luma. Em pé mesmo fui atacada por um carinho. Carícias e olhares que me diziam: “obrigada por preparar tudo isso pra mim”. E não posso esquecer de contar que o efeito dos espelhos por todos os lados e o clima intenso de paixão que o estilo “mulher da vida” instaurou no ar foi alucinógeno para ambos. O amor não precisou do horizonte da cama ou do toque dos corpos sem roupa para se fazer nascer. Não precisava de mais nada, já tínhamos o suficiente: a vontade!!!
Conclusão final? Se, ao invés de ter deixado a imaginação fluir com aquele desrespeitoso convite virtual, eu tivesse me feito de puritana, teria deixado de viver o momento para ouvir repetidas vezes “Como você está LINDA com este vestido e essa bota! Como você está sexy com esta roupa!” Indescritível a sensação de ser desejada pelo homem para quem você se preparou toda. Para quem você desejou ser linda, ser a mais deliciosa.
Moral da história: liberte a “madame” que há em você! Sinta-se livre para se mostrar única ao seu homem. Não deixe que os pudores e vergonhas impeçam de viver o amor em sua plenitude.
Outra coisa. Sabe qual foi a primeira pergunta que recebi no encontro seguinte? "Cadê o vestidinho?"...rsrsrsr...Também não devemos abusar das artimanhas para elas não perderem o encanto, né, uma cara lavada, entre uma peripécia e outra, cai muito bem.

"Eu nunca fui uma moça bem-comportada. Pudera, nunca tive vocação pra alegria tímida, pra paixão sem orgasmos múltiplos ou pro amor mal resolvido sem soluços. (...) Eu acredito é em suspiros, mãos massageando o peito ofegante de saudades intermináveis, em alegrias explosivas, em olhares faiscantes, em sorrisos com os olhos, em abraços que trazem pra vida da gente (...)”. Maria de Queiroz

Este texto é uma contribuição de:

Madame

2 comentários:

Duo Amoral disse...

Maravilhoso texto, Madame!
Q honra ter uma colobaradora tão linda, inteligente e sexy.
Amei.
Despertemos-nos a madame q existe em nós!
Um super beijo e obrigada por essa delícia de texto.

Pretty Woman

Anônimo disse...

Concordo plenamente com as suas palavras... linda, inteligente e sexy sempre! Isto é uma mulher completa!

Obrigada mesmo pelo maravilhoso texto e sinta-se a vontade para criar, criar e criar...

Luma